Recentes estudos consideram a obesidade, juntamente com a idade, como um dos maiores fatores de hospitalização e agravamento por COVID-19. A obesidade diminui as ações anti-inflamatórias do organismo e compromete a eficiência do sistema imunológico, deixando a pessoa mais vulnerável ao vírus.
Só para se ter uma ideia, muito antes da pandemia, a obesidade já atingia cerca de 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças ao redor do mundo, causando milhões de mortes por ano. No Brasil, já acometia um em cada cinco habitantes, sendo que mais da metade da população está acima do peso normal.
“Uma alimentação saudável pode ser uma grande aliada na conquista de mais qualidade de vida, saúde e bem-estar. O consumo diário de alimentos mais saudáveis e a prática de atividades regulares evitam uma série de doenças crônicas causadas pela obesidade.Cuidar da saúde é primordial, independente do momento em que estamos passando”, explica o nutricionista Daniel Novais.
Vale alertar que vários fatores aumentam o risco de pessoas com obesidade diante do novo coronavírus. O excesso de peso tem grande relação com outras doenças metabólicas, como a diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial, ambas muito frequentes entre pacientes com a forma mais grave de Covid-19.
Mudança de comportamento
Nunca é tarde para cuidar da saúde: o importante é procurar um profissional qualificado para seguir orientações personalizadas, direcionadas a cada caso. É importante, também, não cair em armadilhas: com a quarentena, notou-se um aumento na compra de alimentos ultraprocessados, com muitos aditivos e baixa qualidade nutricional. Esse tipo de alimento tem uma validade maior e são mais fáceis de serem estocados. Simultaneamente, houve uma redução no consumo de frutas, verduras e legumes, alimentos que precisam ser repostos com maior frequência, são perecíveis e precisam ser higienizados, e em alguns casos, exigem uma certa habilidade para realizar o preparo.
Para o nutricionista Daniel Novais durante esse período é preciso ter muita atenção ao estilo de vida, cuidar da alimentação, do sono e realizar prática esportiva, mesmo que seja em casa.
“Com o isolamento, estamos mais ansiosos, inseguros, com menos prazeres e nos mexendo menos. Estas condições contribuem para aumentar a buscar por outros estímulos, o que muitas vezes implica em um maior consumo de alimentos e de álcool e na piora da qualidade alimentar”, comenta o nutricionista.
Atitudes simples são eficazes para manter uma rotina saudável. Confira 7 dicas elaboradas pelo nutricionista Daniel Novais:
* Prefira alimentos naturais e minimamente processados. Arroz, feijão, frutas, legumes, verduras, leite, carnes e ovo. Comida de verdade!
* Fique atento aos alimentos ultraprocessados. O consumo em excesso de salgadinhos, refrigerantes, biscoitos e outros está associado a obesidade e várias outras doenças.
* Comer por razões emocionais é normal, mas tenha em mente que por não ser fome, a vontade passa. Procure estratégias para lidar com as emoções sem recorrer à comida.
* Evite alimentos refinados, ricos em açúcar e gordura, principalmente a noite. Esses alimentos não saciam, estimulam o pico insulínico e geram mais vontade de comer.
* Aproveite para introduzir novos hábitos, experimentar alimentos, preparações e receitas.
* Gengibre, cúrcuma, alho, cebola, mel, própolis, pimentas, chocolate amargo, chá verde e muitos vegetais coloridos são antiinflamatórios, aposte neles.
* Manter-se hidratado é fundamental! Beba água!
Jornal de Brasília
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